O Peregrino

Grupo Logos - Espinho

segunda-feira, 3 de novembro de 2008

> Tema: A Realidade da Encarnação de Cristo.


Texto: 1 João 1.1-4

1 O que era desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os nossos olhos, o que contemplamos e as nossas mãos apalparam, a respeito do Verbo da vida
2 (pois a vida foi manifestada, e nós a temos visto, e dela testificamos, e vos anunciamos a vida eterna, que estava com o Pai, e a nós foi manifestada);
3 sim, o que vimos e ouvimos, isso vos anunciamos, para que vós também tenhais comunhão conosco; e a nossa comunhão é com o Pai, e com seu Filho Jesus Cristo.
4 Estas coisas vos escrevemos, para que o nosso gozo seja completo.
5 E esta é a mensagem que dele ouvimos, e vos anunciamos: que Deus é luz, e nele não há trevas nenhumas.
6 Se dissermos que temos comunhão com ele, e andarmos nas trevas, mentimos, e não praticamos a verdade;
7 mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus seu Filho nos purifica de todo pecado.

I. PRÓLOGO 1Jo 1.1-4

Estes versículos constituem, no grego, uma sentença altamente condensada e complicada, e não se apresenta sem dificuldades. Contudo, o seguinte parece ser o que importa.

A mensagem do Evangelho está resumida na frase significativa o Verbo da vida (1), sendo que o Verbo lembra Aquele que no princípio estava "com Deus" (#Jo 1.1), "fez-se carne" e armou a tenda de sua habitação entre os homens (#Jo 1.14); e vida lembra-nos que "nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens" (#Jo 1.4). Este Evangelho não era nenhuma inovação ou coisa recentemente inventada (era desde o princípio), nem se ocupava de alguma figura mitológica, como as formas vagas dos mistérios gregos, mas de uma Pessoa genuína e histórica, que fora ouvida, vista e até apalpada (1; cfr. #Lc 24.39; #Jo 20.20-24 e segs.). A mensagem do Evangelho não é uma teoria ou conto de fadas, mas o registo da vida e da presença entre os homens do Deus vivo, de forma tangível na pessoa de Seu Filho.

No inopinado parêntese com que começa o vers. 2, João apresenta sua justificativa para falar assim de Jesus Cristo, a saber, que ele fala de experiência própria. O que ele referiu (no seu Evangelho) não era "fábula engenhosamente inventada" (#2Pe 1.16), nem mesmo uma história ouvida contar de outros, mas um testemunho de primeira mão de benditos privilégios por ele mesmo gozados e por muitos outros que entraram em contacto íntimo com Jesus Cristo durante os dias de Sua vida terrena. Eram notícias boas demais para eles guardarem para si só; precisavam dar testemunho.

A mensagem desse Evangelho fora proclamada aos que recebem agora a epístola, a fim de que possam gozar comunhão com aqueles que a proclamaram. Contudo, a cláusula para que vós igualmente mantenhais comunhão conosco (3) não só significa "a fim de que haja relações amistosas entre nós", mas "a fim de que participeis conosco de nossa relação com o Pai e o Filho". A idéia básica de comunhão (gr koinonia) é ter coisas em comum, é participação, parceria, sociedade, idéia esta muito conhecida no mundo dos negócios (cfr. #Lc 5.10). Especificamente a comunhão ou sociedade cristã é uma participação da vida comum em Cristo, mediante o Espírito Santo, e sugere-nos o dom de Deus. É sociedade com o Pai e com seu Filho Jesus Cristo (3).

No vers. 4 o verbo escrevemos e seu sujeito nós são enfáticos no grego, frisando que a mensagem está redigida numa forma precisa e permanente, tendo sido escrita "por aqueles que tinham plena autoridade para fazê-lo" (Westcott). Na segunda cláusula não se tem certeza se devemos ler vossa alegria, ou "nossa alegria" (ARA), sendo que a evidência manuscrita é ligeiramente favorável a esta última forma (nossa). Leia-se de um ou de outro modo, isso não tem muita importância, como Brooke faz notar, "Na colheita espiritual, semeador e ceifeiro alegram-se juntos". O ponto essencial é que verdadeiro gozo vem somente da comunhão com Deus.

>1Jo-1.5

II. AS CONDIÇÕES DA COMUNHÃO COM DEUS 1Jo 1.5-2.6

Havendo esclarecido que o seu propósito em escrever é que seus leitores entrem em sociedade (comunhão), João agora passa a deduzir da natureza de Deus as condições dessa comunhão. Deus é luz, diz ele, e não há nele treva nenhuma (5; cfr. #Sl 27.1; #Jo 1.4-9). Este simbolismo dirige nossas mentes para o esplendor e a pureza de Deus, e para a iluminação a que nossas vidas se expõem. Nada se pode ocultar dEle (cfr. #Sl 90.8), e sendo luz, Ele exige que Seu povo ande na luz (7).

O escritor trata a seguir de três obstáculos à comunhão. Primeiro, é a alegação de estarmos em comunhão com Ele, enquanto andamos em trevas (6). Isto é mentira, porque, Deus sendo luz, não é possível estarmos em comunhão com Ele e ao mesmo tempo estarmos em trevas. Luz e trevas são incompatíveis. Lembra-se-nos que o Cristianismo é essencialmente prático. No caso das pessoas descritas por João, a vida desmente as palavras. A frase andarmos na luz (7) provavelmente lembra as palavras de nosso Senhor em #Jo 11.9-10. À vista do vers. 5, podemos interpretar a cláusula como ele está na luz como expressiva da perfeição da comunhão do Filho com o Pai. Somente quando vivemos em acordo é que podemos dizer estarmos em comunhão uns com os outros (ver o vers. 3), passando João a frisar que purificação do pecado vem somente do sangue de Jesus Cristo (7). Esta última expressão quer dizer "a vida entregue na morte", e não simplesmente "a vida", como alguns comentadores alegam. Purifica está no presente contínuo e significa "vai purificando".

Aguarde o Proximo.

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